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A relevância de Montemor-o-Velho

No passado dia 2 de Maio, a turma C do 10.º ano do Agrupamento visitou o Teatro Esther de Carvalho e o Castelo de Montemor-o-Velho. Esta visita, uma iniciativa da professora Manuela Carvalho, foi realizada no âmbito da disciplina de História e teve o intuito de os alunos enriquecerem o conhecimento da localidade e dos temas abordados e terem uma melhor perceção sobre como esse conhecimento se constrói e como é o trabalho do historiador.

Os alunos foram conduzidos pelo arqueólogo Marco Penajoia ao longo de toda a visita, sendo este múltiplas vezes questionado, o que demonstrou o interesse e empenho por parte dos estudantes. A visita iniciou-se no Teatro Esther de Carvalho, sede do CITEC (Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho), onde os alunos contaram ainda com a preciosa intervenção do engenheiro Rui Santos. Houve a oportunidade de explorar um pouco o passado e história deste edifício, sede do Centro, adaptado a teatro no final do séc. XIX, no local onde existira a igreja de S. Pedro. Derrubada a Monarquia e exilado o último rei, D. Manuel II, que deu o primeiro nome ao teatro, surgiu como natural o da afamada atriz montemorense, Esther de Carvalho, que incarnou inúmeras personagens no país e no Brasil.

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Já no castelo, o especialista transmitiu informações, deu explicações e conseguiu aguçar ainda mais a curiosidade e interesse dos alunos para lerem a paisagem natural e, isoladamente e em contexto, elementos do património construído pelo Homem ao longo dos tempos. Para além da estrutura do castelo, surgido no séc. IX, a partir de uma pequena torre que defendia a "autoestrada da época", que era o Mondego, observámos inscrições romanas e árabes, a planta Acanthus mollis - cujas folhas são representadas nos capitéis de estilo coríntio (Fig. 1) - sepulturas medievais, cisternas, vestígios de varas e côvados (instrumentos de medida usados na Idade Média).

​Tentámos entender o que nos diz a lenda dos degolados, associada às lutas entre muçulmanos e cristãos, que disputaram um espaço de importância estratégica, por deter um porto flúvio-marítimo. Apreciámos o retábulo renascentista de Juão de Ruão (Fig. 2)

Avistámos também, no cercado Norte, o espigão da antiga feitoria fenícia de Santa Olaia (Fig. 3)! E muito mais ... acerca do local e dos povos que construíram muito do que somos, usamos e fazemos...

Vale a pena explorar este espaço, que muito nos revela da região e do país, guiado pelo arqueólogo Marco Penajóia, autor do Projeto Pedras Falantes, valência do CITEC que promove o conhecimento do património através de visitas guiadas.

É este o apelo que vos deixamos, para se aperceberem da relevância que Montemor-o-Velho teve, e continua a ter, e perderem a ideia de que é um local esquecido e desinteressante. Este é um local cheio de história, relíquias e preciosidades que merecem ser exploradas e valorizadas.


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